sábado, 27 de outubro de 2007

6

É minha vontade aprofundar a minha dor.
Quero aprofundar a minha vontade de viver morto.
Longe de tudo o que vive.
Tudo o que vive é falso.
Toda a minha vida mandaram-me seguir em frente dizendo '' não te deixes ir abaixo ''.
Mas eu estou comigo e sozinho dêxo ás profundezas.

Sou livre de sentir a minha dor.
Eu sei o que quero.
Eu sei o que sinto.
Eu sou o que sinto.
Não sei o que espero.
Vou sondar os limites da minha rendição á vida.
Sentir esta rendição cada vez mais forte e pesada.
Vou até ao mais profundo lugar, onde ninguém me encontre.
Que nesse meu lugar encontre aquilo que desejo.
Que nesse meu lugar encontre o meu templo e que este me traga a calma solidão da morte lenta.
Vejo, que quando não há luz reina o breu.

Mas onde á luz há sempre sombras.
Então quem me ilude realmente.
A felicidade foram momentos falsos e passageiros de luz artificial

Mas a tristeza, essa é imortal.
E vai-me acompanhar por toda a minha vida e tudo me trará desilusão.
E só me resta um amigo.

E será nos seus braços que acabaram todas as dores e todas as lágrimas.
Um verdadeiro amigo.

Para sempre.
O fim.
A morte.

Então abraça-me, todo devagar.
Assim eu quebro lentamente.
Um dia eu vou quebrar.

Que neste meu lugar eu encontre a vontade e que ela me traga a musica.
E me lembre que por cima das nuvens o céu é azul.

Quero por tudo esquecer que o azul é uma ilusão e que em todo o universo quem reina é a escuridão.



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