sábado, 15 de dezembro de 2007

39

Meus senhores, eu peço a consciencia.
Eu peço a consciencia da consciencia.
Eu peço a consciencia da consciencia da consciencia.

38

Há muitas coisas que podiam ser escritas que não merecem ser lidas.
Mas tambem á muitas coisas não podem ser escritas que merecem serem lidas.

37

Dexo rua abaixo passando pelas televisoes, pelas montras, pelas publicidades, pelas tabuletas, pelos logotipos, pela promoções, pelas cores e pelas letras em forma de design.
Vejo tudo mas não olho para nada.
Pouco das promessas descartaveis que vi ficaram no consciente.
Mas toda a merda que não olhei inundou o subconsciente.
Entraram todas pelos cantos dos
olhos sem pedir permição.
Estas informações, escondidas de mim estão, e são uma pequena fracção de uma imensidão de conhecimento que dorme na minha cabeça mas que desconheço porque nunca o acordei.

Eu tambem nunca meditei.

Ao subconsciente não escapa nada.
O subconsciente come tudo.
Uma grande barrigada.

O subconsciente é profundo.
O subconsciente tem uma barriga do tamanho do mundo.
O subconsciente tem toda a consciencia do mundo.

O subconsciente come os restos do consciente , os restos que são tudo.
Que ficam fora do prato que come o homem consciente e ke escapam a quase toda a gente.
Mas que não chegam a escapar e ficam no subconsciente.

36

O homem está louco e as pessoas sabem-no bem e não o sabem bem ao mesmo tempo.

Dispara setas que são certezas.
Certamente certezas incertas.
Se é louco ou se só se faz de louco nenhuma pessoa acerta.

Certo é que ninguem sabe ao certo.
Certamente é possivel um homem ser assim,mas mesmo assim não ser insano.
E andar só a testar a hipocrisia do ser humano.

domingo, 9 de dezembro de 2007

35

De manhã, cansado de uma noite a vaguear pelo deserto sem esperança,
Exclamei na forma de uma interrogação á procura de uma saida, á velha professora de portugês...
''Estou cansado....''
E ela respondeu, ''Estás cansado...se estás cansado vai dormir...''
Não podia aver resposta mais verdadeira e mais cruel meu deus deserto.
A verdade é cruel.
Não esconde nada.
Não há misterio nem magia...

34

Quando a ciencia nos fizer jovens para sempre.
O mundo todo vai parar cansado e somos velhos derrepente.

33

O que é que eu quero...
O que eu quero é dizer ''Foda-se'' e ''Brutal''....
E dizer ''essa cena é fodida''...
E tar ao lado daquela pessoa e ela dizer ''Genial''...
E olhar nos olhos dela e ambos cairmos de amor pela obra e por nós proprios...
Os dois...

Sou simples...
Só quero tudo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

32

Estou sentado na sala dos que não comem para poderem adquirir um objecto.
Os que não teem um objecto ja foram almoçar.
E aqui sentado não sei quem deve mais á estupidez.
Se os que só para adquirir um objecto deixam de comer.
Se os que não deixam de comer nem para adquirir um objecto.

31

Cuspo para o espaço, o cuspo cai no chão.
Estou sentado na paragem á espera do autocarro.
Seguro a cabeça para ela não cair.
Que bela está esta manhã e quantas manhãs como esta têm sido amaldiçoadas por estarem inundadas pelo tedio.

Mais a vida que deus nos vendeu ao preço da escravidão dos empregados.
Eu gosto é da árvores que dão fruto a seu tempo.

E estam lá antes e depois de eu morrer.
O autocarro chega para me levar.

E quem me dera que não me levasse a lado nenhum.
E que para sempre andasse sobre as suas rodas.
Cada vez mais rapido pelo ponto de fuga.
O homem mais viajado do mundo.
Só me bastava o tremer dos motores e as paisagens a passar pelas janelas para me darem
a sensação de velocidade.
E não precisava de ver mais senão o que passa pelas janelas.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

30

Nunca ninguem amarei como a ti te amei, amelia.
Todos os meus sonhos acabam com um sorriso teu.
No fim foi tudo para ti.
Faço amor na corda bamba,

Sinto o teu extase no meu corpo.

29

Perdendo a esperança em toda a gente,
chego ao fim do caminho só sem esperança em mim.

Tenho saudades da minha feliz solidão.
Meu deus, com o que é que eu sonhava?
Só sei que sonhava, e que sonhava.
E nenhum sonho meu guerreava com os meus outros sonhos todos.

Que poema de merda que não tenta explicar nada.
Não consigo explicar nada, não á nada pa explicar.
Nem um sentido poetico consigo encontrar no meu problema.
Grande merda de poema.
Estas palavras não batem.
Estas palavras não curam.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

28

Dentro das pirâmides uma cultura superior e antiga vive em forma de livros e pó.
Recordações em molhos de folhas e memórias em lombadas.
O homem comtemporaneo ainda não conseguio atrávessar as paredes sem portas desta trancada biblioteca triangular, e acessar ás fileiras e prateleiras do saber infinito.
Lá fora o tempo ri-se de tudo o que passa.
Mas ali dentro, tudo se ri do tempo.
Pois aqui não passa o tempo nem a erosão do tempo.
Quem me dera deambular por essas câmeras escondidas a empilhar livros já lidos.
Gritar, conspirar, sufocar...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

27

O vento lá fora abana ligeiramente.
São as árvores que se deixam abanar,
Pois tão presas no chão,
Mas tão soltas no ar.

A rima é a doença do poeta,
Não o deixa voar.
É uma pretensão indiscreta.
Não me apetece rimar.

26

Sonhei que estava numa sala escura.
Envolvido na minha cena.
Duas raparigas entraram,acenderam a luz e então exerceram o direito de estar ali.
Senti-me revoltado e comecei a beliscálas nos braços e na cara.
Quando arranquei um mamilo á mais parvinha, a mais seria foi sensata e tomou uma decisão.
Levantou-se e disse ''Vou-me embora daqui''.
''Não trabalho mais para a Rtp''.
''Vou para o Egipto que eles lá adoram o sol''.

25

A terra, em um lugar do universo.
Os oceanos recuam e avançam.
Os continentes formam-se.
A flora floresce.
A fauna evolui.
A raça humana nasce.
A mão humana cresce.
A cultura espalhasse.
As cidades são fundadas.
No bairro, a vida é pacata.
A vida de cada casal.
A vida de cada um.
Cada etapa da vida.
Os dias em fila.

A rotina.
As funções.
Os órgãos.
As veias.
O sangue e o átomo.

24

Atlântida, quando te revelares ao mundo,
O mundo saberá que é velho e que tudo já se passou por aqui.
Antiga civilização
Anterior ao dilúvio.
Conquistaste as estrelas num tempo onde era suposto ser selvagem.
Escondeste os teus tesouros no fundo das montanhas e dentro das pirâmides.
A Esfinge guarda a hora da tua tremenda revelação.
Só as pedras e os livros escondidos se lembram de ti.
Quando a esfinge abrir a porta da biblioteca do saber infinito,
Todas as eurekas mudaram de nome.
Pois tu, tudo descobriste.

23

Atenção para onde olhas, os ecrãs dificultam-te a visão.
Tem cuidado com os ruidos, fazem-te mal aos ouvidos.
Cobre-te pois faz muito frio.
Não circules pela cidade, os fumos dão-te cabo dos pulmões.
Não andes por aqui de pés descalços, cuidado com as beatas acessas dos cigarros.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

22

A tua verdade vive da tua ingnorância.

domingo, 25 de novembro de 2007

21

Um cemitério assombrado por sentimentos mortos que movem corpos mortos.
Jazo aqui expulso do Circo das Ilusões.
Expulso por amor á verdade.
Acolhido nos braços mortos da realidade.
Ouço o silêncio.
A voz que traz a paz aos moribundos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

20

Acendo o cigarro, paro o tempo
Divido o cigarro com o vento, e penso.


Quem nunca sonhou cantar?
Nunca viu a luz de saída...


Se estou aqui entre quatro paredes,
E o resto do mundo é me vedado.
Onde sou mais livre?
Por ai pelo mundo ou na prisão?
Qual é a diferença senão uma questão de tamanho e de proporção.

A terra...uma sela comum.

Avança divina ciência...
Rompe com os limites desta terra...
Deixa-me voar pelo infinito universo a fora...
Por entre todas a estrelas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

19

A mulher gorda senta-se ao meu lado, no meu lugar vazio.
O seu perfume incomodativo senta-se no meu lugar vazio.
Os seus dias iguais e vazios sentam-se no meu lugar vazio.
A sua sabedoria vazia tão cheia de ignorância senta-se no meu lugar vazio.
A sua cabeça vazia em cima do seu corpo espaçoso ocupam o meu espaço vazio.
Ela saiu e deixou o meu lugar vazio vazio.
Foi-se embora e deixou-me o vazio de não haver quem criticar.
Espero vazio o próximo que se sentar, no meu lugar vazio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

18

As folhas caem no chão sonolentas.
Um manto branco tapa tudo e diz boa noite.
A natureza dorme até ao dia em que acordará para a vida.
Então é altura de usar cores e gritos inventados sem significado.
Só por que apetece gritar.
É a vida.
Aproximou-se a primavera chamando o verão.
Cada momento durará o seu tempo.
Nada é eterno, excepto o eterno nada.
Já se ouve o outono que chama,
para o Inverno do sono.
Mas aqui não neva.
E ninguém nos tapa.
Morremos descobertos e descobrimos o que é a morte.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

17

Conheço bem as ilusões que me alimentam.
As nuvens não desaparecem sabendo que a sua matéria não é sólida.
Os fantasmas sabem que não existem.

16

O que fizemos nós desta festa que era a vida?
Cansamos as pernas e acumulamos sono.
Ópio inato da alma.
Oferta dos deuses para a dor de ser.

15

Queria eu, quando ao ver a beleza.
Que a beleza me visse a mim e comigo fizesse amor.

14

Tal como as altas torres que no céu se erguem,
Nós somos obstáculo no caminho do vento,
O vento desvia-se e toma novas rotas perante o confronto com a nossa insignificante existência.
E tal como nós, também a mais leve flor embalada na brisa é um peso nos braços do vento,
E peça importante no desenrolar dos acontecimentos.

13

Olha um gato que anda na rua.
Perdido num mundo onde só sabe da lua.


Procura comida então é feliz.
Pois de si não sabe, pois só é vontade.

Sabe que a fome é p'ra saciar.
Depois de saciado, não é triste ser gato.

Aprendeu com o tempo, Aprendeu com o luar.
Continua gato, continua a andar.
Sente sempre o chão antes de o pisar.
Para não se iludir.
Para não se aleijar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

12

Tudo o que é jovem vai-se tornar velho e cansado.
Tudo o que sonhou vai deixar de sonhar.
Meu Mundo, meu Universo, um dia vamos ser velhos e cansados e tudo afinal não nos trouxe nada.
Hoje eu vivo.
Hoje ainda sou jovem e por enquanto serei.
Entretanto fui jovem.
Entretanto sonhei.
Não me iludi.
Pois eu a mim não me engano.
Só me deixo enganar.

11

Não sei se é por mim ou por ti que choro.
O peito enche e solta um grito, um ruído de mil vozes a chorar.
Lágrimas que tornam o Universo num Oceano.
Choro pelo Tempo que não apaga, mas guarda para sempre na minha memória.
Mas prefiro saber do que não saber.
Prefiro a verdade a não saber.
Prefiro a dor a não saber.
E queira deus ou o diabo fazer-me esquecer.
Prefiro saber.
Prefiro sofrer.
E choro, talvez só para escrever estas linhas.
Pois mais nada tenho a fazer.
Dorme meu amor, que eu choro por ti, ou por mim.
Não sei por quem choro.
Só sei que só me resta chorar.

sábado, 3 de novembro de 2007

10

Quanto mais feliz fico, mais triste vou ficar.
Quanto mais triste estou, menos triste fico.
Tenho nojo deste círculo de variar o sentimento.
Não estou para tudo, e para o todo.
O jovem para mim é velho.
Não vivo nem
desejo a morte.
Morri quando em criança.

Vivo no limbo cinzento.
Num cemitério assombrado por pessoas.
Não me apetece dormir, não me apetece acordar.
Contrariedade que me dobra o estômago.
E me suga os pulmões.
De manhã não comi, não quis aquecer o leite.
Não fui a nenhum lado porque não me apetece andar.
Não desejo nada, só que algo me consuma.

Tou farto deste ciclo de variar o sentimento.

domingo, 28 de outubro de 2007

9

Sou o menino que se afastou dos pais e foi construir um castelo na areia.
Juntei tudo o que achava meu num barco.

Pus uma mascara e fui pirata em direcção ao novo.
No mar não havia nada mas vi muitas cores no mar.
De passagem roubei uma flor em terras estranhas e levei-a a viajar.
Houve amor no convés e quando o amanhã acordou,
Tudo o que sonhei estava em frente da ponta da caravela.
Tudo o que conquistei não foi para mim, foi para ela.

sábado, 27 de outubro de 2007

8

O Harém era um jardim privado e proibido.
No Harém, qualquer homem que ousasse saltar os muros do palácio e entrar via os seus sonhos sexuais realizados por mulheres que viviam completamente isoladas de qualquer contacto físico.
Só tinham frutos, legumes e objectos de forma fálica para seu consolo.
Elas pertencem ao sultão e esperam pela sua noite real.
Muitas delas nunca verão chegar a sua vez.
Estas belas odaliscas passavam o dia relaxadas em cima de almofadas.
Conversavam suavemente; proferiam palavras mágicas.
Olhares calmos, carnais, doces e furtivos viajam no espaço interior da casa.
Corpos dourados adornados de ouro fino e diamantes.
Com as suas belas curvas e os seus cabelos lisos;
Com os seus pés descalços e os seus seios descobertos;
Douradas de pernas cruzadas,
Beijando as uvas e fumando Ópio.
Belas Odaliscas.
Ainda o sultão não tinha delas desfrutado e já eram jovens gordas, com os dentes podres e as pernas tortas.

7

O sono é algo sagrado.
É lá onde os pensamentos desaparecem e deixam-nos sosinhos de alma fresca e transparente.

Bem quebrada num jardim de comodidade.
Um calmo sitio de aterrar e me enterrar.

6

É minha vontade aprofundar a minha dor.
Quero aprofundar a minha vontade de viver morto.
Longe de tudo o que vive.
Tudo o que vive é falso.
Toda a minha vida mandaram-me seguir em frente dizendo '' não te deixes ir abaixo ''.
Mas eu estou comigo e sozinho dêxo ás profundezas.

Sou livre de sentir a minha dor.
Eu sei o que quero.
Eu sei o que sinto.
Eu sou o que sinto.
Não sei o que espero.
Vou sondar os limites da minha rendição á vida.
Sentir esta rendição cada vez mais forte e pesada.
Vou até ao mais profundo lugar, onde ninguém me encontre.
Que nesse meu lugar encontre aquilo que desejo.
Que nesse meu lugar encontre o meu templo e que este me traga a calma solidão da morte lenta.
Vejo, que quando não há luz reina o breu.

Mas onde á luz há sempre sombras.
Então quem me ilude realmente.
A felicidade foram momentos falsos e passageiros de luz artificial

Mas a tristeza, essa é imortal.
E vai-me acompanhar por toda a minha vida e tudo me trará desilusão.
E só me resta um amigo.

E será nos seus braços que acabaram todas as dores e todas as lágrimas.
Um verdadeiro amigo.

Para sempre.
O fim.
A morte.

Então abraça-me, todo devagar.
Assim eu quebro lentamente.
Um dia eu vou quebrar.

Que neste meu lugar eu encontre a vontade e que ela me traga a musica.
E me lembre que por cima das nuvens o céu é azul.

Quero por tudo esquecer que o azul é uma ilusão e que em todo o universo quem reina é a escuridão.



5

Nunca estivemos tão á frente no tempo...
Tem sido um longo e pesado caminho...
Suavizado pelos nossos sonos e pelas nossas mortes e reencarnações...
Já nos esquecemos do nosso primeiro passo, terá sido ele com o pé direito ou com o pé esquerdo?

Nunca estivemos tão á frente no tempo...
Temos de caminhar o deserto á nossa frente...
Chamo pelos filhos do deserto, e eles vêem, mas ainda que pisem as novas dunas,
nenhum me acompanha nesta caça.

Filho do deserto, curioso e solitário...
Os deuses sorriem para ti...sarcasticamente....
Segue filho do deserto...

Em frente no espaço...
No pico do tempo...
Pode ser que daqui a um milhão de anos encontremos o teu cadáver seco e quebrado pela mais terrível sede........

4

Já me vim.
Agora piso uma terra nova.
Acabei de chegar, só tenho o descanso relaxado de quem pára a correria.
A fadiga do corpo, quando o corpo pára dá á alma um lugar no universo.

3

Posso ser a cobra.
Mas não posso acreditar que o amor está alem do ódio.
Posso ser o mel.
Mas não posso acreditar que o ódio está alem do amor.
Estamos aqui para a vida.
Por mais louco que possa ser
vagueamos pela dor e pelo prazer.

2

Quebrados são,
Todos os que estão cansados, longe de casa.
A volta é fritura, a chegada demorada.

Vocês querem sair.

Vocês não vêem nada.
Têm que por tudo voltar, chegar, àquele lugar.
O caminho é de fuga,o objectivo é quebrar.

1

Queimei a minha infância, e todas as fotos daquilo que nunca fui.
Porque nelas não vi nada meu...
Porque o que foi meu por ai foi-se perdendo.
Pois o que é meu não sou eu
E eu não sou tendo.
E tive e nunca fui tendo.
Hoje não tenho nada em mim daquilo que fui.

E o que é ter para um ser?
E Porquê ser de alguma maneira?
Porquê ser eu de uma maneira diferente?
Se não existe eu e somos todos iguais...
Todos corpos com as mesmas necessidades.
E comemos do mesmo prato.
E fora da nossa forma de cada um ser somos todos iguais.
E porquê haver algum ser que seja diferente e olhar para um céu diferente?
Se o céu é sempre o mesmo...

Somos iguais e estamos assim.
Dizem os demais.
Não há nada em ser diferente.
Senão um devaneio do consciente de um eu que julga deixar de ser mais um homem com fome na terra.

E porquê ser diferente daquilo que só uma vez fui e fui realmente.
Aquele bebé tirado do ventre e dado á vida.
E que por isso chora...
E por não querer ser sendo,
Chorando eu viveria.
Chorando por me terem levado a morte.

Mas agora sei que vai chegar o meu dia.
E no meu enterro sorrirei.
E quando em caveira desaparecerem os vestígios da carne que fui, sorrirei.

E sei que vocês choraram por ficar aqui existindo não sendo nada.
E eu já me fui.
Nunca fui existindo.
Nunca fui nada.

E agora sou nada sem nada que se me apegue.
Agora sou nada.
Sou puro...
Sou tudo...
E a verdadeira vida é a morte.

E porque sempre procurei em tudo o que conheço.
Para os que ainda procuram esperando encontrar algo.
Eu é que sei...
A verdadeira navegação é a morte.

Se fui mais que um estranho foi porque fui amigo ou amante
.