sexta-feira, 30 de novembro de 2007

30

Nunca ninguem amarei como a ti te amei, amelia.
Todos os meus sonhos acabam com um sorriso teu.
No fim foi tudo para ti.
Faço amor na corda bamba,

Sinto o teu extase no meu corpo.

29

Perdendo a esperança em toda a gente,
chego ao fim do caminho só sem esperança em mim.

Tenho saudades da minha feliz solidão.
Meu deus, com o que é que eu sonhava?
Só sei que sonhava, e que sonhava.
E nenhum sonho meu guerreava com os meus outros sonhos todos.

Que poema de merda que não tenta explicar nada.
Não consigo explicar nada, não á nada pa explicar.
Nem um sentido poetico consigo encontrar no meu problema.
Grande merda de poema.
Estas palavras não batem.
Estas palavras não curam.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

28

Dentro das pirâmides uma cultura superior e antiga vive em forma de livros e pó.
Recordações em molhos de folhas e memórias em lombadas.
O homem comtemporaneo ainda não conseguio atrávessar as paredes sem portas desta trancada biblioteca triangular, e acessar ás fileiras e prateleiras do saber infinito.
Lá fora o tempo ri-se de tudo o que passa.
Mas ali dentro, tudo se ri do tempo.
Pois aqui não passa o tempo nem a erosão do tempo.
Quem me dera deambular por essas câmeras escondidas a empilhar livros já lidos.
Gritar, conspirar, sufocar...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

27

O vento lá fora abana ligeiramente.
São as árvores que se deixam abanar,
Pois tão presas no chão,
Mas tão soltas no ar.

A rima é a doença do poeta,
Não o deixa voar.
É uma pretensão indiscreta.
Não me apetece rimar.

26

Sonhei que estava numa sala escura.
Envolvido na minha cena.
Duas raparigas entraram,acenderam a luz e então exerceram o direito de estar ali.
Senti-me revoltado e comecei a beliscálas nos braços e na cara.
Quando arranquei um mamilo á mais parvinha, a mais seria foi sensata e tomou uma decisão.
Levantou-se e disse ''Vou-me embora daqui''.
''Não trabalho mais para a Rtp''.
''Vou para o Egipto que eles lá adoram o sol''.

25

A terra, em um lugar do universo.
Os oceanos recuam e avançam.
Os continentes formam-se.
A flora floresce.
A fauna evolui.
A raça humana nasce.
A mão humana cresce.
A cultura espalhasse.
As cidades são fundadas.
No bairro, a vida é pacata.
A vida de cada casal.
A vida de cada um.
Cada etapa da vida.
Os dias em fila.

A rotina.
As funções.
Os órgãos.
As veias.
O sangue e o átomo.

24

Atlântida, quando te revelares ao mundo,
O mundo saberá que é velho e que tudo já se passou por aqui.
Antiga civilização
Anterior ao dilúvio.
Conquistaste as estrelas num tempo onde era suposto ser selvagem.
Escondeste os teus tesouros no fundo das montanhas e dentro das pirâmides.
A Esfinge guarda a hora da tua tremenda revelação.
Só as pedras e os livros escondidos se lembram de ti.
Quando a esfinge abrir a porta da biblioteca do saber infinito,
Todas as eurekas mudaram de nome.
Pois tu, tudo descobriste.

23

Atenção para onde olhas, os ecrãs dificultam-te a visão.
Tem cuidado com os ruidos, fazem-te mal aos ouvidos.
Cobre-te pois faz muito frio.
Não circules pela cidade, os fumos dão-te cabo dos pulmões.
Não andes por aqui de pés descalços, cuidado com as beatas acessas dos cigarros.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

22

A tua verdade vive da tua ingnorância.

domingo, 25 de novembro de 2007

21

Um cemitério assombrado por sentimentos mortos que movem corpos mortos.
Jazo aqui expulso do Circo das Ilusões.
Expulso por amor á verdade.
Acolhido nos braços mortos da realidade.
Ouço o silêncio.
A voz que traz a paz aos moribundos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

20

Acendo o cigarro, paro o tempo
Divido o cigarro com o vento, e penso.


Quem nunca sonhou cantar?
Nunca viu a luz de saída...


Se estou aqui entre quatro paredes,
E o resto do mundo é me vedado.
Onde sou mais livre?
Por ai pelo mundo ou na prisão?
Qual é a diferença senão uma questão de tamanho e de proporção.

A terra...uma sela comum.

Avança divina ciência...
Rompe com os limites desta terra...
Deixa-me voar pelo infinito universo a fora...
Por entre todas a estrelas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

19

A mulher gorda senta-se ao meu lado, no meu lugar vazio.
O seu perfume incomodativo senta-se no meu lugar vazio.
Os seus dias iguais e vazios sentam-se no meu lugar vazio.
A sua sabedoria vazia tão cheia de ignorância senta-se no meu lugar vazio.
A sua cabeça vazia em cima do seu corpo espaçoso ocupam o meu espaço vazio.
Ela saiu e deixou o meu lugar vazio vazio.
Foi-se embora e deixou-me o vazio de não haver quem criticar.
Espero vazio o próximo que se sentar, no meu lugar vazio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

18

As folhas caem no chão sonolentas.
Um manto branco tapa tudo e diz boa noite.
A natureza dorme até ao dia em que acordará para a vida.
Então é altura de usar cores e gritos inventados sem significado.
Só por que apetece gritar.
É a vida.
Aproximou-se a primavera chamando o verão.
Cada momento durará o seu tempo.
Nada é eterno, excepto o eterno nada.
Já se ouve o outono que chama,
para o Inverno do sono.
Mas aqui não neva.
E ninguém nos tapa.
Morremos descobertos e descobrimos o que é a morte.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

17

Conheço bem as ilusões que me alimentam.
As nuvens não desaparecem sabendo que a sua matéria não é sólida.
Os fantasmas sabem que não existem.

16

O que fizemos nós desta festa que era a vida?
Cansamos as pernas e acumulamos sono.
Ópio inato da alma.
Oferta dos deuses para a dor de ser.

15

Queria eu, quando ao ver a beleza.
Que a beleza me visse a mim e comigo fizesse amor.

14

Tal como as altas torres que no céu se erguem,
Nós somos obstáculo no caminho do vento,
O vento desvia-se e toma novas rotas perante o confronto com a nossa insignificante existência.
E tal como nós, também a mais leve flor embalada na brisa é um peso nos braços do vento,
E peça importante no desenrolar dos acontecimentos.

13

Olha um gato que anda na rua.
Perdido num mundo onde só sabe da lua.


Procura comida então é feliz.
Pois de si não sabe, pois só é vontade.

Sabe que a fome é p'ra saciar.
Depois de saciado, não é triste ser gato.

Aprendeu com o tempo, Aprendeu com o luar.
Continua gato, continua a andar.
Sente sempre o chão antes de o pisar.
Para não se iludir.
Para não se aleijar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

12

Tudo o que é jovem vai-se tornar velho e cansado.
Tudo o que sonhou vai deixar de sonhar.
Meu Mundo, meu Universo, um dia vamos ser velhos e cansados e tudo afinal não nos trouxe nada.
Hoje eu vivo.
Hoje ainda sou jovem e por enquanto serei.
Entretanto fui jovem.
Entretanto sonhei.
Não me iludi.
Pois eu a mim não me engano.
Só me deixo enganar.

11

Não sei se é por mim ou por ti que choro.
O peito enche e solta um grito, um ruído de mil vozes a chorar.
Lágrimas que tornam o Universo num Oceano.
Choro pelo Tempo que não apaga, mas guarda para sempre na minha memória.
Mas prefiro saber do que não saber.
Prefiro a verdade a não saber.
Prefiro a dor a não saber.
E queira deus ou o diabo fazer-me esquecer.
Prefiro saber.
Prefiro sofrer.
E choro, talvez só para escrever estas linhas.
Pois mais nada tenho a fazer.
Dorme meu amor, que eu choro por ti, ou por mim.
Não sei por quem choro.
Só sei que só me resta chorar.

sábado, 3 de novembro de 2007

10

Quanto mais feliz fico, mais triste vou ficar.
Quanto mais triste estou, menos triste fico.
Tenho nojo deste círculo de variar o sentimento.
Não estou para tudo, e para o todo.
O jovem para mim é velho.
Não vivo nem
desejo a morte.
Morri quando em criança.

Vivo no limbo cinzento.
Num cemitério assombrado por pessoas.
Não me apetece dormir, não me apetece acordar.
Contrariedade que me dobra o estômago.
E me suga os pulmões.
De manhã não comi, não quis aquecer o leite.
Não fui a nenhum lado porque não me apetece andar.
Não desejo nada, só que algo me consuma.

Tou farto deste ciclo de variar o sentimento.